Perdida!
Veloz, qual flecha impelida O meu cavalo corria… Eu tinha a febre da raiva, Abrasava-me a agonia, E o cavalo generoso O meu ódio concebia.
Os precipícios transpunha Sem as rédeas sofrear! Longe, ao longe eu ansiava Este horizonte alargar; Procurava mundos novos, Faltava-me ali o ar.
E, de relance, deviso Linda flor em ermo Val, Mal aberta, e aljofrada Pelo orvalho matinal, Reacendendo solitária Seu perfume virginal.
Nenhum homem lhe tocara, Nem talvez a vira ali! Tive orgulho de encontrá-la, Que outra mais bela não vi. Mas o ímpeto indomável Do cavalo não venci.
E perdi-a! Não me lembro Onde vi tão linda flor! Sei que lá me fica a alma Como um feudo pago à dor. Outros lábios viral dar-lhe Férvido beijo d’amor.
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