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Foto do escritorAndréia Lopes

A gênese do romantismo português: contexto histórico

O início do século XIX foi marcado pelo conflito entre a França e a Inglaterra, tal crise afetou drasticamente as relações entre os países europeus.

A rivalidade entre os países envolve Portugal a partir do momento em que o líder francês, Napoleão Bonaparte, decreta o bloqueio continental, impedindo os demais países de estabelecer relações diplomáticas com a nação rival e o dirigente português tenta apaziguar o conflito.

Em 1807 ocorre a invasão do exército francês ao lado do espanhol à Portugal. Então, a corte portuguesa busca abrigo no Brasil.

Nicolas Louis Albert de LaRiva/Wikimedia Commons

Nessa conjuntura nasce o período denominado de pré-romantismo da literatura portuguesa. É caracterizado pelo período que precede os anos 1825, pois compreende a Guerra Civil Portuguesa. Os autores à época marcaram suas obras principalmente por característica como melancolia e desespero diante das invasões napoleônicas.

Além disso, o pré-romantismo literário:

inculca-se o perfil do poeta nascido sob o signo infeliz, inclinado à melancolia e ao desespero; assim, o poeta compraz-se no isolamento e na paisagem emsombrada, lúgubre; a intuição do mistério do universo leva-o a confiar em agouros e pressentimentos, aumentando a sua inquietação; o poeta vive intensamente pelos afetos, pelas emoções e até pelos sentidos, é um ser vibrátil, apaixonado, e o instrumento da perseguição dos Fados é muitas vezes um amor total, de corpo e alma, avassalador, ou então violentamente sensual; o instinto, segundo a lição de Rousseau, é nimbado de inocência, e chega-se a entender o amor como um absoluto, uma espécie de religião depuradora e exaltante que a sociedade não tem o direito de tolher; a poesia dá vazão ao tumulto interior, torna-se expansiva e confidencial, tende a confundir-se com a vida; por outro lado, procura-se uma linguagem nova, não só impressionante, excessiva, de tintas violentas, mas capaz de traduzir imediata e fielmente o próprio fluxo subjetivo (aqui oscila-se entre a espontaneidade emocional e a declamação espetacular); reagindo-se contra o racionalismo iluminístico, exprime-se a nostalgia do maravilhoso ou do pitoresco folclórico (lendas, contos de fadas, velhos usos e tradições); enfim, o gosto da paisagem diferente e do maravilhoso etnográfico leva aos primeiros assomos de exotismo (entre nós o exotismo brasílico).

Portanto, disso conclui-se que as obras pré românticas herdaram uma mescla de elementos que as tornaram bastante peculiares daquelas que viriam a seguir.



ABDALA JUNIOR, Benjamin; PASCHOALIN, Maria Aparecida. História Social da Literatura Portuguesa. 4. ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 76-81.

FAROL DAS LETRAS. Disponível em: <http://www.faroldasletras.pt/pre-romantismo.html>. Acesso em: 07 out. 2021.

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