top of page
Foto do escritorAndréia Lopes

Por vezes o conceito de romantismo é relacionado com o amor, o romance, e a paixão, entretanto, não se refere apenas a tal significado, mas também ao amor à pátria e à natureza.

Daí o heroísmo retratado nas obras em que os autores sempre sentiam a necessidade de expressar o amor através de um herói designado a ser o salvador da pátria. Outras características que permeiam as expressões do romantismo são o subjetivismo, que sobrepõe o sentimento individual sobre a objetividade, o sentimentalismo, isto é, a manifestação intensa dos sentimentos melancolia, tristeza, amor e saudade em situações que sempre terminam em tragédia, entre outros aspectos.

No último ano, a frase "não romantize" tomou conta das redes sociais, só no Twitter foram milhares de publicações no último ano. A sentença ganhou força a partir da reação dos internautas contra situações desagradáveis que são diariamente idealizadas nas redes sociais.

Essa expressão se relaciona com o romantismo literário na medida em que ambos estão relacionados à idealização de coisas e seres imperfeitos. Há, portanto, a representação superestimada da realidade. Enfim, podemos ver que um movimento literário sempre reverbera seus efeitos ao longo da história e não se detém aos livros, assim como é inspirada em fatos históricos, também está presente na vida prática, porque a literatura está viva e representa os eternos ciclos vividos pelo homem.


NOSLEN. Romantismo em Portugal. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=MUvd5BJiGI4>. Acesso em: 09 out. 2021.

0 visualização0 comentário
Foto do escritorAndréia Lopes

O início do século XIX foi marcado pelo conflito entre a França e a Inglaterra, tal crise afetou drasticamente as relações entre os países europeus.

A rivalidade entre os países envolve Portugal a partir do momento em que o líder francês, Napoleão Bonaparte, decreta o bloqueio continental, impedindo os demais países de estabelecer relações diplomáticas com a nação rival e o dirigente português tenta apaziguar o conflito.

Em 1807 ocorre a invasão do exército francês ao lado do espanhol à Portugal. Então, a corte portuguesa busca abrigo no Brasil.

Nicolas Louis Albert de LaRiva/Wikimedia Commons

Nessa conjuntura nasce o período denominado de pré-romantismo da literatura portuguesa. É caracterizado pelo período que precede os anos 1825, pois compreende a Guerra Civil Portuguesa. Os autores à época marcaram suas obras principalmente por característica como melancolia e desespero diante das invasões napoleônicas.

Além disso, o pré-romantismo literário:

inculca-se o perfil do poeta nascido sob o signo infeliz, inclinado à melancolia e ao desespero; assim, o poeta compraz-se no isolamento e na paisagem emsombrada, lúgubre; a intuição do mistério do universo leva-o a confiar em agouros e pressentimentos, aumentando a sua inquietação; o poeta vive intensamente pelos afetos, pelas emoções e até pelos sentidos, é um ser vibrátil, apaixonado, e o instrumento da perseguição dos Fados é muitas vezes um amor total, de corpo e alma, avassalador, ou então violentamente sensual; o instinto, segundo a lição de Rousseau, é nimbado de inocência, e chega-se a entender o amor como um absoluto, uma espécie de religião depuradora e exaltante que a sociedade não tem o direito de tolher; a poesia dá vazão ao tumulto interior, torna-se expansiva e confidencial, tende a confundir-se com a vida; por outro lado, procura-se uma linguagem nova, não só impressionante, excessiva, de tintas violentas, mas capaz de traduzir imediata e fielmente o próprio fluxo subjetivo (aqui oscila-se entre a espontaneidade emocional e a declamação espetacular); reagindo-se contra o racionalismo iluminístico, exprime-se a nostalgia do maravilhoso ou do pitoresco folclórico (lendas, contos de fadas, velhos usos e tradições); enfim, o gosto da paisagem diferente e do maravilhoso etnográfico leva aos primeiros assomos de exotismo (entre nós o exotismo brasílico).

Portanto, disso conclui-se que as obras pré românticas herdaram uma mescla de elementos que as tornaram bastante peculiares daquelas que viriam a seguir.



ABDALA JUNIOR, Benjamin; PASCHOALIN, Maria Aparecida. História Social da Literatura Portuguesa. 4. ed. São Paulo: Ática, 1994. p. 76-81.

FAROL DAS LETRAS. Disponível em: <http://www.faroldasletras.pt/pre-romantismo.html>. Acesso em: 07 out. 2021.

0 visualização0 comentário
Foto do escritorAndréia Lopes

Atualizado: 7 de out. de 2021

III

QUANDO EU SONHAVA


Quando eu sonhava, era assim

Que nos meus sonhos a via;

Na foto aparece um homem ao fundo e em sua frente uma mulher segura uma flor com a mão esquerda

E era assim que me fugia,

Apenas eu despertava,

Essa imagem fugidia

Que nunca pude alcançar.

Agora, que estou desperto,

Agora a vejo fixar...

Para quê? - Quando era vaga,

Uma ideia, um pensamento,

Um raio de estrela incerto

No imenso firmamento,

Uma quimera, um vão sonho,

Eu sonhava - mas vivia:

Prazer não sabia o que era,

Mas dor, não na conhecia ...





Referências

GARRETT, Almeida - Flores sem fruto. 1845. Disponível em: <https://es.scribd.com/document/376532330/GARRETT-Almeida-Flores-sem-fruto-1845-pdf>. Acesso em: 30 set. 2021.

0 visualização0 comentário
bottom of page